segunda-feira, 25 de maio de 2015

QUESTIONÁRIO TEORIA DA HISTORIA

QUESTIONÁRIO TEORIA DA HISTORIA I

Pergunta 1
1.    “A História, entre todas as formas de conhecimento, será sempre essa disciplina – talvez a única com essa singularidade - que é determinada pelo seu próprio universo de estudos que, aliás, corresponde também ao seu mesmo nome. Escreve-se a História sobre a História; e a história produz a História. Essa rica ambiguidade, que só pertence à História, situa-nos diante de uma das mais fascinantes formas de conhecimento e modos de expressão que já foram inventados pela espécie humana.”
(BARROS, José D’Assunção. Teoria da História. Princípios e conceitos fundamentais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p. 269)

O autor do texto apresenta uma singularidade da História que é a identidade entre essa disciplina e seu objeto de estudo. Ainda sobre essa área de conhecimento, podemos dizer que:   
I - O estudo da História é feito a partir de registros do passado, os chamados documentos históricos.
II - A História começou com os gregos, o único povo que se preocupou com o estudo do passado antes do século XIX.
III- A História trata do homem em sociedade em sua relação com o tempo.

Sobre as frases anteriores está correto apenas o que se afirma em:

a.
 I
b.
 I e II 
c.
 I, II e III
d.
I e III
e.
 II e III
Pergunta 2
1.    O estudo da Teoria da História é fundamental na formação profissional do historiador na medida em que fornece a base conceitual e científica para a construção do pensamento histórico. Podemos dizer quanto a isso que:
a.
O desenvolvimento de uma Teoria da História se relaciona a condições surgidas no século XX, em que a História teve grande destaque e alcançou status acadêmico. 
b.
 A Teoria da História, a metodologia e a historiografia são aspectos da produção do conhecimento histórico que podem ser relacionar ou excluir, dependendo do contexto.
c.
 A Teoria da História é território de disputas e diálogos e não necessariamente de consensos.
d.
A Teoria da História fornece os procedimentos e as técnicas para a produção do conhecimento histórico.
e.
Não há Teoria da História válida se não for possível comprová-la de acordo com o método científico.
Pergunta 3
1.    “Não é incomum o estabelecimento de paralelos entre memória e história, já que ambas se referem ao passado; todavia enquanto a primeira vincula-se com o experimentado pessoalmente (como acontecimentos vividos ou relatos recebidos), a segunda vai muito além do caráter individual ou plural da pessoa que recorda.”
(CARRETERO, M.; ROSA, A.; GONZÁLEZ, M. F. Ensino da História e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 19)

As observações acima se referem à distinção entre História e memória. Quanto a isso, podemos dizer que: 
a.
A História é uma reconstrução do passado feita a partir de uma operação intelectual e a memória está relacionada a lembranças e esquecimentos, tendo um caráter lacunar.
b.
A História não constrói memórias, mas se vale delas.
c.
 Somente a História é capaz de produzir memórias.
d.
Há sempre identificação entre as memórias e a História sobre elas produzidas, ainda que haja lacunas nesse processo.
e.
A memória é sempre individual não sendo possível considerarmos a existência de memórias coletivas.
Pergunta 4
1.    “Os lugares de memória nascem e vivem do sentimento que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos, que é preciso manter aniversários, organizar celebrações, pronunciar elogios fúnebres, notariar as atas, porque essas operações não são naturais.”
(NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História. PUCSP: SP, n. 10, Dez.1993, p.13)

Nesse texto, o historiador Pierre Nora refere-se ao fato de que:
a.
O acesso à memória é uma questão política.
b.
 A memória se relaciona à construção de identidades.
c.
É necessário promover a democratização da memória social.
d.
As primeiras instituições criadas para preservar a memória foram as bibliotecas reais.
e.
Os lugares de memória teriam surgido em nossa sociedade que vive sob o signo da história na qual a memória não seria mais espontânea.

Pergunta 5
1.    5- Podem ser apontados como conceitos relacionados às funções atribuídas à História no passado e no presente: 
I - “Mestra da vida”, identidade social e significação para o presente.
II - Busca das origens, memória social e consciência social.
III- Identidade social, projeção de futuro e legitimação política. 
Encontramos conceitos corretos apenas em:
a.
 I e II
b.
II e III
c.
 I, II e III
d.
 I e III
e.
 III


Pergunta 6
1.    São características do conhecimento histórico: 
I - Reconstrução do passado a partir de vestígios e fragmentos.
II- O estudo do passado se faz a partir do presente. 
Qual das alternativas pode ser incluída como uma terceira característica?
a.
As versões e as interpretações do passado não são únicas nem definitivas. 
b.
A interpretação histórica nunca se altera, pois o passado não pode ser mudado.
c.
As mudanças teóricas e metodológicas não interferem nas interpretações históricas.
d.
A História não tem legitimidade como disciplina acadêmica.
e.
As versões da História variam de acordo com a aceitação dos leitores.


Pergunta 7
1.    Os conceitos de tempo e espaço são fundamentais para a História. Sobre isso podemos afirmar que:
a.
As condições geográficas influenciam e até mesmo determinam as condições sociais.
b.
 A História trata da vida humana em sociedade no tempo, com suas transformações e permanências.
c.
O tempo histórico é idêntico ao cronológico.
d.
Cronologias e periodizações não são mais utilizadas pelos historiadores que estão preocupados com as permanências e não com as mudanças.
e.
As mudanças na História ocorrem sempre no mesmo ritmo.


Pergunta 8
1.    “Embora as interpretações historiográficas se sucedam no tempo, percebe-se que as mais recentes conservam diversos conteúdos das anteriores, alguns são revitalizados por releituras, outros permanecem cristalizados na produção de grupos resistentes às novas ideias.”
(JANOTTI, Maria de Lourdes. O livro Fontes Histórias como fonte. In PINSKY, Carla Basanezi. Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2011, p.16)

Relacionado a essa afirmação, podemos dizer que:
a.
O estudo do passado comporta diferentes interpretações sempre excludentes umas em relação às outras.
b.
Em alguma medida, o conhecimento histórico é cumulativo, pois nem sempre as diferentes versões do passado são excludentes. 
c.
O acesso a informações desconhecidas contidas em novos documentos explicam todas as possíveis mudanças nas versões estabelecidas sobre o passado.
d.
Não sabemos sobre o passado hoje mais do que a geração de nossos avós.
e.
Ainda que o historiador esteja no presente e a partir dele lance perguntas para o passado, não há relação disso com as possíveis diferenças de visão sobre os acontecimentos.
Pergunta 9
1.    O conhecimento histórico resulta de um elaborado processo que inclui: pesquisa, crítica documental, análise, interpretação, validação. Sobre isso, podemos dizer que:

I – As teorias contribuem para a elaboração das interpretações.
II – A metodologia, conhecida também como historiografia, inclui o processo de pesquisa e tratamento das informações.
III – A validação pelos pares é etapa importante da produção acadêmica.

Estão corretas:
a.
 I, II e III
b.
 I e II
c.
 I e III
d.
 II e III
e.
III
Pergunta 10
1.    Ao longo do tempo, a História e os historiadores apresentaram forte vinculação com instâncias de poder.

Quanto a isso, podemos considerar como verdadeiro que:
I- A História pode servir para legitimar a manutenção no poder de grupos e governantes, oferecendo argumentos que justifiquem sua posição.
II- O acesso à memória e ao passado, oferecidos pela História, podem servir de instrumento de construção de cidadania e de transformação social para grupos em situação de dominação e exploração social.
III- Os historiadores têm importante função social. Com seu trabalho podem justificar poderes constituídos, mas podem também contribuir para desvendar situações de controle e dominação.  
Está correta a alternativa:
a.
 I e II
b.
 I, II e III
c.
II e III
d.
 I e III
e.
 II e III


QUESTIONÁRIO TEORIA DA HISTORIA II

Pergunta 1
1.    A expansão do capitalismo industrial pela Europa durante o século XIX, as inovações técnicas que trouxe e as alterações na forma de viver que produziu deram curso a uma percepção de um progresso contínuo apesar das condições terríveis de exploração de grandes contingentes de trabalhadores operários. Também encontramos nesse contexto histórico:
a.
Crescimento demográfico e intensificação da população no campo.
b.
Progresso econômico e intensificação do sentimento religioso.
c.
Expansão de mercados e ascensão econômica da América Latina.
d.
Neocolonialismo, capitalismo monopolista e retraimento dos mercados.
e.
Revoltas de trabalhadores, surgimento de teorias para explicar o funcionamento do capitalismo e nacionalismo.


Pergunta 2
1.    Gabriel Monod (1844-1912), um dos fundadores da Revue historique, em 1876, e da história positiva, aluno e amigo de Michelet – um dos historiadores franceses que tomou, muito rapidamente, consciência, após a derrota de 1870, na guerra franco-prussiana, da superioridade das ciências históricas alemãs, do modo como elas se construíram, se organizaram e se institucionalizaram a partir do começo do século XIX –, escreveu, em um artigo em forma de balanço, publicado em 1889:
“O desenvolvimento dos estudos históricos é um dos traços distintivos do movimento intelectual do século XIX. Tal desenvolvimento é a manifestação, na área das ciências morais, do espírito científico ao qual pertence doravante a direção da sociedade moderna.”
(MONOD, 1889, p. 587)

PAYEN, Pascal – “A constituição da história como ciência no século XIX e seus modelos antigos: fim de uma ilusão ou futuro de uma herança?”
(“História da historiografia”. Ouro Preto, nº 6, março, 2011, p. 103)

O trecho citado de Gabriel Monod constata uma importante condição da História no século XIX, qual seja:
a.
O seu desenvolvimento e o caráter científico que pretendia assumir
b.
A importância da historiografia alemã.
c.
O positivismo.
d.
Sua institucionalização no âmbito acadêmico.
e.
Sua importância na guerra franco-prussiana.


Pergunta 3
1.    “No século XIX [...], a história-conhecimento pretendeu emancipar-se da influência da filosofia da história e tornar-se ‘científica’. Chegara-se à conclusão de que a metafísica era impossível, que era um pseudoconhecimento, pois seus enunciados eram inverificáveis e incontroláveis. Acreditava-se que só seria possível conhecer os fatos apreendidos pela sensação. Um pensamento radicalmente historicista considerava que as filosofias racionalistas e metafísicas não revelam nada da história. A ‘história científica’, que surgia, parecia não pretender mais discutir o sentido histórico, nem a história universal, mas produzir um conhecimento positivo, observando os fatos e constatando as suas relações. A influência metafísica da filosofia sobre o conhecimento histórico foi substituído por uma atitude realista. Acreditou-se que o conhecimento histórico tinha finalmente se estruturado em bases positivas ao encontrar um método seguro, objetivo, confiável, empírico”.
(REIS, José Carlos. “História & Teoria”. RJ: FGV Editora, 2005, p. 36)

O trecho acima insere a História no ambiente científico e cultural do século XIX. Quanto à forma de se buscar compreender os fenômenos naturais e sociais naquele momento, podemos afirmar que:
a.
Deu-se continuidade ao estudo sistemático e objetivo das filosofias da História para a compreensão dos fenômenos físicos e sociais.
b.
O positivismo e o cientificismo foram deixados de lado em razão de sua excessiva valorização do método científico.
c.
Considerava-se seguro e válido apenas o conhecimento oferecido pela metafísica e pela experiência.
d.
A ciência se torna a forma válida de explicação da realidade, dando-se continuidade ao espírito iluminista, deixando de lado as explicações metafísicas e valorizando a razão e o empirismo.
e.
As leis explicativas construídas para explicar a realidade não serviam de referência para as ciências físicas e biológicas.

Pergunta 4
1.    Sobre o positivismo de Auguste Comte, podemos afirmar que:
I – Comte construiu sua teoria a partir dos desenvolvimentos da Física, da Química e das Ciências Humanas.
II – O conhecimento positivo baseava-se na ideia da existência de leis que levariam à perfeição e à felicidade do gênero humano.
III – A ciência e a técnica são a principal fonte do progresso político e moral, sendo mesmo a afirmação de tal progresso.

Está correta a alternativa:
a.
I e II
b.
II e III
c.
 I, II e III
d.
I e III
e.
Somente a frase I está correta


Pergunta 5
1.    A história metódica ganhou seus primeiros contornos no século XIX com o alemão Leopold Von Ranke. Sua pretensão à cientificidade seria alcançada pela observância de alguns princípios, dentre os quais podemos citar:
I – O historiador deveria reunir o maior número de documentos, verificando sua autenticidade e dele extrair os fatos a serem organizados e apresentados de forma cronológica.
II – Caberia ao historiador apenas reconstruir os fatos tal como eles “realmente aconteceram” sem julgamentos ou qualquer reflexão teórica.
III – A postura do historiador deveria ser de neutralidade na medida em que o passado teria existência objetiva a ser captada por meio dos documentos, não havendo, portanto, nenhuma relação de interdependência entre o historiador e seu objeto.

Está correta a alternativa:
a.
I e II 
b.
 I, II e III

c.
 I e III
d.
 II e III
e.
 Apenas a alternativa I está certa


Pergunta 6
1.    O historiador José d’Assunção Barros em seu trabalho “Teoria da História” (Petrópolis/RJ: Vozes, 2013, vol. 2, p 54-55) considera como das maiores contribuições do historicismo do século XIX para o desenvolvimento da historiografia a “crítica documental”, a inserção e a consolidação da História como disciplina acadêmica e a instituição da figura do historiador profissional. Ainda sobre o historicismo, podemos dizer que:
a.
Propugnava-se o distanciamento e a neutralidade do historiador quanto ao seu objeto de pesquisa
b.
 A elaboração de leis explicativas para os fenômenos históricos.
c.
O reconhecimento da subjetividade do historiador e o julgamento dos fatos passados.
d.
 A utilização de documentos de variados tipos além dos escritos.
e.
 Propunha-se análise dos fatos e a crítica social.



Pergunta 7
1.    Sobre a herança filosófica do positivismo e suas principais características, afirmou o historiador José d”Assunção Barros: “Os positivistas contam de fato com toda uma fortuna crítica que inclui as já clássicas discussões iluministas em torno de questões que lhes seriam caras: a possibilidade de um conhecimento humano inteiramente objetivo; a construção de uma história universal, comum a toda a humanidade; a possibilidade de amparar um conhecimento científico sobre as sociedades humanas com base na ideia de imparcialidade do sujeito que produz o conhecimento” (“Teoria da História”. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013, vol. 2, p. 66)
Como decorrência dessa visão, podemos citar quanto ao trabalho do historiador: 
a.
A busca incessante por evidências empíricas, os documentos históricos, para a reconstrução do passado.
b.
As discussões filosóficas e metafísicas.
c.
O materialismo histórico.
d.
A abordagem da história das mentalidades.
e.
A institucionalização da profissão.


Pergunta 8
1.    Nas correntes incluídas na Escola Metódica parte-se da ideia que o fato histórico é dado objetivo, acabado e verificável, à espera de ser captado pelo historiador. Isso se faria pela reunião dos documentos apresentados em uma narrativa mediante uma relação de causalidade entre eles. A valorização dos documentos como registros ressalta a importância de se construírem métodos para com eles trabalhar. Dentre os procedimentos construídos para isso, encontramos:
a.
A heurística, a crítica interna e externa e as operações analíticas.
b.
A hermenêutica, as operações analíticas e as operações sintéticas.
c.
A pesquisa de documentos, sua análise crítica e as operações analíticas.
d.
A pesquisa e a localização de documentos, sua análise crítica, o agrupamento dos fatos, a exposição e a escrita histórica.
e.
Operações analíticas e sintéticas, discussão teórica e filosófica e explicação dos fatos.


Pergunta 9
1.    Sobre as principais características da História no século XIX, podemos apontar:
a.
O cientificismo, a busca da imparcialidade e da neutralidade do historiador, e a reunião exaustiva de coleções de documentos.
b.
O pragmatismo, a busca por documentos legítimos e a valorização das explicações causais. 
c.
O paradigma científico das ciências naturais como referência, a busca de leis de causalidade, o reconhecimento dos aspectos subjetivos contidos na produção historiográfica.
d.
A reunião de fatos e documentos, a ausência de parâmetros científicos e a narrativa.
e.
 A ausência de explicações e análise, as relações de causalidade e parâmetros conferidos pela filosofia da história.
Pergunta 10
1.    As concepções de história vigentes no século XIX resultaram em uma produção historiográfica cujas principais características são:
I - A ênfase nos fatos como elemento principal do passado a ser dissecado a partir de documentos escritos e de cunho oficial.
II - A História política apresentada na forma de narrativa histórica com fatos encadeados em uma relação de causalidade.
III- A História factual e cronológica.

Está correta a alternativa:
a.
 I e II 
b.
II e III
c.
I, II e III
d.
I e III
e.
Apenas o item II está correto.



QUESTIONÁRIO TEORIA DA HISTORIA III


Pergunta 1
1.    “Engels partiu para a Inglaterra no outono de 1842, fazendo seu primeiro contato pessoal com Marx durante a viagem, e lá permaneceu durante quase dois anos, observando, estudando e formulando suas ideias. É seguro afirmar que nos primeiros meses de 1844 estava trabalhando no livro, embora a maior parte dele tenha sido escrita no inverno de 1844-5. A obra foi lançada em sua forma final em Leipzig, no verão de 1845, com um prefácio e uma dedicatória (em inglês) às classes trabalhadoras da Grã-Bretanha”. Foi publicada em inglês, com ligeiras revisões do autor, mas com prefácios alentados, em 1887 (edição americana) e 1892 (edição britânica). Ou seja, foi preciso quase meio século para que essa obra-prima sobre os estágios iniciais da indústria na Inglaterra chegasse ao país que a tinha inspirado. Contudo, desde então tornou-se uma obra conhecida por todos que estudam a Revolução Industrial”. HOBSBAWN, ERIC –  Como mudar o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p.89
O texto acima se refere à obra de Friedrich Engels A situação da classe trabalhadora na Inglaterra que descreve as condições de vida e de trabalho da classe operária no início da industrialização. Quanto ao contexto histórico em que foi produzida podemos afirmar que no século XIX:
I – Houve uma acelerada industrialização da Europa e de outros continentes com a consequente configuração da burguesia e do proletariado nos países atingidos por esse movimento de expansão do capitalismo industrial.
II – As condições de vida da classe operária eram bastante precárias com jornadas de trabalho muito extensas e a utilização indiscriminada da mão de obra de crianças e mulheres nas indústrias.
III – A insatisfação do operariado na época influenciou o surgimento de movimentos trabalhistas e contrários à industrialização.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a.
 I e II
b.
I, II e III
c.
I e III
d.
II e III
e.
apenas a alternativa II está correta.


Pergunta 2
1.    Podemos considerar que estão relacionados à insatisfação geral ocorrida na Europa no bojo do desenvolvimento do capitalismo industrial no século XIX:
a.
A disseminação de correntes do socialismo utópico, a publicação do Manifesto Comunista e de O Capital, a organização da Primeira e da Segunda Internacional, a mobilização política e sindical da classe operária. 
b.
O anarquismo, o anarco-sindicalismo, o comunismo e o positivismo.
c.
O movimento sindical, a Comuna de Paris, as guerras de libertação colonial e a Revolução Francesa.
d.
As revoluções francesa e industrial, que ocasionaram a busca de novos mercados e a redivisão dos continentes africano e asiático em áreas de influência dos países europeus.
e.
O socialismo utópico, o positivismo e o cientificismo.


Pergunta 3
1.    Sobre o conteúdo do Manifesto Comunista publicado por Marx e Engels em 1848 podemos afirmar que:
a.
Embora seja texto bastante polêmico só veio a repercutir no movimento operário ao final do século XX. 
b.
É, seguramente, a principal declaração de princípios do socialismo utópico.
c.
Conclamava os operários para que se unissem e lutassem pela sua emancipação comprometendo-se com a revolução socialista.
d.
Foi bem recebido pelo público, especialmente pelos integrantes da burguesia industrial.
e.
Descreveu as condições de vida e trabalho da classe operária sem apresentar conteúdo político significativo.
Pergunta 4
1.    “ A história de todas as sociedades, até hoje, tem sido a história da luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, membro especializado das corporações e aprendiz, em suma: opressores e oprimidos estiveram em permanente oposição; travaram uma luta sem trégua, ora disfarçada, ora aberta, que terminou sempre com a transformação revolucionária da sociedade inteira ou com o declínio conjunto das classes em conflito”. MARX, Karl – ENGELS, F. – Manifesto Comunista, 1848, apud ,  José D’Assunção – Teoria da História. Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p.101.
Na visão marxista a luta de classes pode ser considerada como:
a.
um dos principais conceitos do marxismo emprestado da sociologia clássica
b.
uma das possibilidades colocadas ao operariado no campo teórico-filosófico
c.
a maneira de se manter o equilíbrio social
d.
uma situação específica da sociedade capitalista criada no bojo da expansão industrial
e.
resultante das tensões e contradições de classe em que dominantes e dominados se embatem levando à transformação das relações de produção fazendo a história avançar.


Pergunta 5
1.    Além da análise do funcionamento do capitalismo e o desvendamento de seus mecanismos de exploração, Marx propôs um método de investigação histórica, o materialismo histórico. Quanto a isso podemos afirmar que:
a.
o ponto de partida do materialismo histórico foi a dialética hegeliana.
b.
é nítida a filiação do materialismo histórico ao positivismo
c.
mais do que um método de investigação o materialismo histórico se contrapôs ao cientificismo dos historiadores do século XVIII
d.
o materialismo histórico nada mais é que uma continuação das pesquisas documentais propugnadas pela escola metódica
e.
embora o marxismo tenha influenciado decisivamente a vida política nos séculos XIX e XX, o mesmo alcance não teve o método de investigação que ensejou.


Pergunta 6
1.    “Na produção social da própria existência, os homens entram em relações determinadas necessárias, independentes de sua vontade; estas “relações de produção” correspondem a um determinado grau do desenvolvimento de suas “forças produtivas” materiais. A totalidade dessas “relações de produção” constitui a “estrutura econômica” da sociedade, a “base”real sobre a qual se eleva uma “superestrutura” jurídica e política e à qual correspondem formas determinadas de consciência. O “modo de produção” da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; ao contrário, é o seu ser social que determina a consciência”. MARX, Karl – Prefácio para Contribuição à Crítica da Economia Política, 1949:29-33)[original:1859] apud  BARROS,  José D’Assunção – Teoria da História. Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p.34

No materialismo histórico as estruturas econômicas são a base da existência social. Dela decorrem as outras instâncias: as relações sociais, as formas de pensamento e as ideologias.  Na conceituação marxista o plano das ideias e do mental estão compreendidos na:

a.
filosofia
b.
superestrutura
c.
mentalidade
d.
dialética
e.
infraestrutura


Pergunta 7
1.    “Sem dúvida alguma a influência do marxismo foi, desde o início, muito considerável. Em termos gerais a única outra escola ou corrente de pensamento, visando à reconstrução da história e dotada de influência no século XIX, era o positivismo”. (Hobsbawn, Eric – Sobre História. São Paulo: Companhia das letras, 1998, p. 158.
Sobre o alcance do marxismo no tocante à Teoria da História podemos considerar que:
a.
sua influência esteve restrita ao século XIX europeu, cedendo lugar no século XX a outras teorias que surgiram
b.
influenciou alguns historiadores acadêmicos, mas ficou restrita ao âmbito universitário.
c.
assim como o positivismo, foi uma corrente de pensamento baseada na dialética.
d.
 tornou-se a corrente de pensamento histórica exclusiva ao longo dos séculos XIX e XX, situação que se mantém ainda hoje
e.
constituiu-se numa das principais correntes de pensamento histórico de seu surgimento até nossos dias, tendo vários de seus conceitos sido incorporados amplamente pelos historiadores.
Pergunta 8
1.    Na década de 1960 historiadores britânicos decepcionados com as posições políticas do PC inglês e com a forma assumida pelo stalinismo na URSS assumem uma posição crítica com relação ao marxismo propondo renovações teóricas. Sobre as proposições teóricas que formularam podemos afirmar que:
I – O conceito de classe social recebe novas angulações aproximando-se da noção de que estas resultam de um fazer-se contínuo.
II – A concepção de classe social se desloca da ideia de que esta resulta da estruturação econômica para um entendimento de que é produto também de uma construção cultural.
III- Enfatizam as determinações econômicas pouco trabalhadas pelo marxismo.
 São corretas somente as seguintes frases:
a.
I e II
b.
I, II e III
c.
II e III
d.
I e III
e.
apenas a frase III está correta

Pergunta 9
1.    Quanto à importância da História e o papel do historiador na perspectiva marxista podemos dizer que:
I – O historiador é um agente social, tributário de sua condição de classe, mas com a função de promover a conscientização da situação de exploração dos oprimidos.
II - O conhecimento do passado tem a importância de desvendar as razões das desigualdades sociais e a dinâmica do processo histórico e com isso promover a consciência social.
III – O conhecimento histórico implica em se tomar partido na medida em que evidencia a situação de exploração de uma classe sobre as outras promovida ao longo do processo histórico.
Estão corretas as afirmações:

a.
I e II
b.
II e III
c.
I, II e III
d.
I e III
e.
apenas a alternativa I está correta
Pergunta 10
1.    “... a natureza das relações entre estrutura e sujeito na história e sociedade humanas. Assim, o enigma do estatuto e posição de ambos não era um ponto de incerteza local ou marginal na teoria marxiana. Na verdade, sempre se constituiu em um dos problemas mais centrais e fundamentais do materialismo histórico enquanto explicação do desenvolvimento da civilização humana. A extensa discussão contemporânea da obra de Edward Thompson, por exemplo, estava em larga medida enfocada sobre o papel da ação humana na formação ou eliminação das classes, no advento ou substituição de estruturas sociais, seja do capitalismo industrial ou de um socialismo para além dele. ANDERSON, Perry – Considerações sobre o marxismo ocidental. Nas trilhas do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004, p. 168-169) 

O trecho acima se refere a uma questão importante levantada pelos historiadores neomarxistas qual seja:  
a.
o papel da ação humana frente às determinações produzidas pela base econômica da teoria marxista. 
b.
a questão da subjetividade e da objetividade no conhecimento histórico.
c.
a mudança do capitalismo para o socialismo
d.
as características sócio-culturais das classes sociais
e.
as relações entre a base econômica e a superestrutura


QUESTIONARIO TEORIA DA HISTORIA IV

1.    “A ‘história-problema’ veio se opor ao caráter narrativo da história tradicional. A *estrutura narrativa da história tradicional significava isto: narrar os eventos políticos, recolhidos nos próprios documentos, em sua ordem cronológica, em sua evolução linear e irreversível, ‘tal como se passaram’. A história-problema veio reconhecer a impossibilidade de narrar os fatos históricos ‘tal como se passaram’. Por ela, o historiador sabe que escolhe seus objetos no passado e que os interroga a partir do presente. Ele explicita a sua elaboração conceitual, pois não pretende se ‘apagar’ na pesquisa, em nome da objetividade. Ao contrário, exatamente para ser mais objetivo, o historiador ‘aparece e confessa’ seus pressupostos e conceitos, seus problemas e hipóteses, seus documentos e suas técnicas e as formas como as utilizou e, sobretudo, a partir de que lugar social e institucional ele fala. O historiador escolhe, seleciona, interroga, conceitua, analisa, sintetiza, conclui. Ele reconhece que não há história sem teoria.”    
(REIS, José Carlos. O lugar da teoria-metodologia na cultura histórica. Revista de Teoria da História, Ano 3, Número 6, dez/2011 Universidade Federal de Goiás, p. 13)
 O trecho acima se refere à história-problema proposta pelos Annales. Dentre as ideias defendidas pelo movimento, podemos destacar:
a.
Valorização das estruturas em detrimento das conjunturas, ênfase nos eventos e influência da antropologia cultural
b.
Valorização da linearidade, objetividade do conhecimento histórico, ênfase na experiência histórica
c.
Crítica à história narrativa e factual, reconhecimento de aspectos subjetivos na construção do conhecimento histórico, ênfase na condição do historiador vinculado ao presente
d.
Crítica da linearidade no conhecimento histórico, ênfase na condição de neutralidade  do historiador, valorização da teoria no estudo do passado
e.
 A concepção de que o historiador recupera os fatos tal como realmente aconteceram, a valorização dos aspectos teóricos em sua prática e o caráter narrativo da história tradicional.


Pergunta 2
1.    “A insatisfação que os jovens Marc Bloch e Lucien Febrve demonstravam, nas décadas de 10 e 20, em relação à história política, sem dúvida estava vinculada à relativa pobreza de suas análises, em que situações históricas complexas se viam reduzidas a um simples jogo de poder entre grandes – homens ou países – ignorando que aquém e além dele se situavam campos de força estruturais, coletivas e individuais que lhe conferiam densidade e profundidade incompatíveis com o que parecia ser a frivolidade dos eventos.”
(BURKE, Peter. A escola dos Annales. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997, p. 7)

Os historiadores dos Annales propuseram como substituição a esse tipo de história que criticavam:
I - A substituição da tradicional narrativa de acontecimentos por uma história-problema.
II- A história de todas as atividades humanas e não apenas a história política.
III - A aproximação com outras disciplinas tais como a antropologia, a economia e a geografia.

Estão corretas as afirmativas:
a.
I e II


b.
I, II e III
c.
I e III
d.
II e III
e.
Somente a alternativa I está correta.


Pergunta 3
1.    Durante a segunda fase dos Annales, assiste-se à presença hegemônica de Fernand Braudel que eleva o movimento à condição de establishment histórico. Como contribuições desse historiador, podemos destacar:
a.
Os conceitos de estrutura e conjuntura, o estabelecimento de diferentes temporalidades e de ritmos diferentes de mudança para a história
b.
A aproximação com a antropologia cultural com a semiótica
c.
O alargamento do horizonte teórico da disciplina, a introdução dos conceitos de sincronia e diacronia e o retorno à história dos eventos
d.
A profissionalização da história, a eleição de uma metodologia científica para a área e o uso de documentos oficiais para a determinação da veracidade dos fatos estudados
e.
A introdução da História no âmbito acadêmico, a ampliação dos conceitos utilizados, a defesa do engajamento político do historiador.

Pergunta 4
1.    4 - Podemos distinguir na vertente histórica originada dos Annales duas orientações principais, a saber:
I – A “história-total” com ênfase nas estruturas e uma história interessada nas representações.
II – A história factual e a história das mentalidades.
III – A história da longa duração na perspectiva estrutural de Braudel e a história com ênfase no simbólico e nas representações da Nova História.

Estão corretas apenas as frases:
a.
I e II
b.
I, II e III
c.
I e III
d.
II e III
e.
Apenas a frase I está correta
Pergunta 5
1.    Com relação à terceira geração dos Annales, conhecida como Nova História, não podemos afirmar:
a.
Há a retomada de alguns pontos da primeira fase dos Annales e uma oposição à perspectiva estrutural e determinista de Braudel.
b.
Opera-se um deslocamento do interesse das estruturas econômicas e sociais para o “terceiro nível”.
c.
Grande importância é conferida a fenômenos culturais e às mentalidades.
d.
Valoriza-se a instância econômica em detrimento do simbólico e das representações.
e.
 Incluem as mentalidades, a história quantitativa e serial e um retorno à história política e à narrativa.


Pergunta 6
1.    Dentre as contribuições da escola dos Annales em suas diferentes vertentes destacam-se:
I - Ampliação do horizonte teórico com o intenso diálogo produzido com as diferentes disciplinas.
II - Diversificação de temas e abordagens, com a consequente introdução de novas metodologias e espectro documental.
III - A consolidação da abordagem cientificista com a adaptação de métodos das ciências naturais.

Estão corretas as afirmativas:
a.
I e II
b.
II e III 
c.
I e III
d.
I, II e III
e.
Apenas a alternativa II está correta


Pergunta 7
1.     Dentre as tendências mais recentes da História e da historiografia, podemos citar:
a.
O positivismo, o historicismo e o marxismo.
b.
A pós-modernidade, o economicismo e o retorno do político.
c.
O retorno do fato, o historicismo e a recuperação da história tradicional.
d.
A discussão epistemológica, o academicismo e o pragmatismo.
e.
A aproximação com a antropologia cultural, a pluralidade de abordagens e a hermenêutica.


Pergunta 8
1.     “A primeira observação que não é trivial quanto parece é que a identificação dos limites, das insuficiências estruturais do paradigma científico moderno é o resultado do grande avanço no conhecimento que ele propiciou. O aprofundamento do conhecimento permitiu ver a fraqueza dos pilares em que se funda. Einstein constitui o primeiro rombo no paradigma da ciência moderna, um rombo, aliás, mais importante do que o que Einstein foi subjetivamente capaz de admitir.”
(SANTOS, Boaventura de Souza. Introdução a uma ciência pós-moderna. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989, p. 25)

Dentre as principais questões levantadas na crise dos paradigmas científicos dos fins do século XX, com repercussões no conhecimento histórico, podemos ressaltar:
a.
O questionamento sobre a possibilidade e os limites da objetividade científica.
b.
O alcance das ciências do homem para redimensionar os parâmetros das ciências da natureza.
c.
A oportunidade do abandono do método científico pelas ciências naturais.
d.
O reconhecimento das especificidades do conhecimento histórico que impedem sua incorporação ao positivismo.
e.
O reforço à busca da “verdade” que na história assumiu as características de um critério de validade científica.

 
Pergunta 9
1.    “François Dosse, um dos principais críticos da Nova História cunhou a expressão de ‘história em migalhas’ para referir-se à pulverização de temas e abordagens característica dessa fase.”
(DOSSE, F. A história em migalhas. São Paulo: Editora Ensaio, 1994.)

Na verdade, a particularização e a especialização do conhecimento não é específico da história, mas nessa área podem ser apontadas algumas particularidades.

Quanto a isso encontramos algumas opiniões, como:
I – Aquilo que para alguns é fragmentação para outros seria a riqueza da história na atualidade, pois a pluralidade amplia o olhar para o passado iluminado múltiplos aspectos da vida social.
II – As múltiplas abordagens seriam a resposta da História à crise dos paradigmas equacionada nessa área pela mudança dos objetos.
III – Os recortes temáticos particularizados estariam desviando os historiadores da elaboração de histórias amplas e sínteses históricas.

Podemos considerar corretas as afirmativas:
a.
I e II
b.
II e III
c.
I e III
d.
I, II e III
e.
Apenas a frase III está correta
Pergunta 10
1.    “Entretanto, a grande mudança que se produziu na ciência histórica nestas últimas décadas não responde a esta fabricação de visões globais alternativas, mas, muito ao contrário, ao que se denomina, em linhas gerais, a viragem da pós-modernidade, que implica a negação de todo tipo de visões globais, com a renúncia daquilo que Jean-François Lyotard denominou ‘metanarrativas’, a recusa das periodizações e das interpretações globais, a substituição do grand récit da História em maiúscula pelo petit récit das histórias em minúscula e o das afirmações sobre a realidade por meio de metáforas.”
(FONTANA, Josep. História depois do fim da História. Bauru: EDUSC, 1998, p. 26-27)

O trecho acima se refere a questões da história na pós-modernidade. Quanto a isso, podemos entender que há nessa historiografia:

a.
Dificuldade em se estabelecer sínteses, multiplicidade de centros, relativismo e ausência de hierarquia entre os conhecimentos produzidos.
b.
Narrativa, ênfase nas estruturas e valorização da historicidade dos eventos.
c.
A busca da história total, os recortes estruturais e a interdisciplinaridade.
d.
A hermenêutica, a heurística e o cientificismo.
e.
Ênfase no cientificismo, história-problema e valorização dos diferentes agentes sociais na história vista de baixo.